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Metas do governo Temer jogam a crise para a maioria da população
A “preocupação” com o combate à corrupção, de repente, saiu de cena
A grave situação econômica do país e o déficit público estipulado pelo atual governo em 170 bilhões serviram de álibi para jogar a conta da crise no colo da maioria das pessoas.
Ao invés de buscar recursos a partir do combate à sonegação, da taxação das grandes fortunas, de uma reforma tributária justa e mesmo com a redução da taxa de juros, Michel Temer e sua equipe econômica apresentaram as suas metas por outros caminhos. Como já se esperava, os cortes recaem sobre as maiorias, colocando na berlinda os direitos sociais e o futuro do país.
A primeira medida anunciada é a devolução de 70 bilhões do BNDES para os cofres do tesouro – 40 bilhões numa tacada só; e, depois, mais 30 bilhões. Como segunda proposta, usar dois bilhões do fundo social do pré-sal para abater a dívida. Extinguir o fundo também apareceu no horizonte do governo ilegítimo.
Para além dessas medidas no âmbito do Executivo, o governo enviou pedidos ao Congresso. Querem aprovar uma emenda constitucional para limitar o crescimento dos gastos públicos e ampará-lo na inflação do ano anterior; o fim do crescimento de subsídios e a aprovação de projetos de lei no Senado: um de autoria de José Serra, que prevê o fim da participação obrigatória da Petrobras na exploração do pré-sal; e outro de Aécio Neves, a Lei de Responsabilidade das Estatais. É de se reparar a relação entre o projeto de Serra e a proposta de fim do fundo social do pré-sal. De um lado, entregam o petróleo brasileiro.
Por outro, deixam claro que a saúde e a educação, que teriam seus recursos engordados com os royalties, de fato não são prioridades. Quanto à lei de Aécio, talvez fosse interessante começar a valer para Furnas.
A receita neoliberal apresentada é antiga e altamente nociva. Em contexto de retração econômica, cortar investimentos públicos piora a situação. Ao mesmo tempo que garantir a estabilidade das contas públicas cortando nas áreas sociais é de uma perversidade lamentável, piorando a qualidade de vida da população e contribuindo para sucatear direitos fundamentais.
Engraçado notar que na fala do presidente ilegítimo Michel Temer foi lembrada algo que para o PMDB não tem muita relevância, a moral pública. Ora, como um governo que assumiu o poder através de um golpe parlamentar comandado e articulado por Eduardo Cunha, Romero Jucá, Geddel Vieira Lima, José Serra, Henrique Eduardo Alves e tantos outros investigados pode falar em moral pública?
Por outro lado, a suposta preocupação com a economia tem feito muitos indignados com a corrupção esquecer misteriosamente esse assunto. Tempos de seletividade.
Enfim, hipocrisia e ataques aos direitos sociais são as bases do governo ilegítimo de Michel Temer e companhia investigada.