Mudar o nome de uma rua que homenageia traficante de escravos para homenagear um quilombola

Mudar o nome de uma rua que homenageia traficante de escravos para homenagear um quilombola

A vereadora Débora Camilo apresentou um Projeto de lei que visa mudar o nome de uma rua que homenageia traficante de escravos para homenagear um quilombola, que fez parte da resistência negra da cidade.

A travessa chamada “Comendador Netto” passaria a ser chamada “Travessa Anísio José da Costa”.

Não é por acaso que Santos vêm protagonizando casos de racismo cada vez mais aberrantes. Isso significa que estamos falhando em combater o racismo na nossa cidade, e a manutenção de monumentos e homenagens exaltando escravocratas, racistas e outras figuras opressoras só mantém a reprodução do racismo na nossa sociedade.

Atualmente, a travessa recebe o nome de Comendador Netto, dono de uma senzala onde ficavam cativos cerca de 217 negros escravizados. Netto era comerciante e construtor de imóveis comerciais e residenciais na região e atuava no comércio de africanos escravizados. Ou seja, construiu sua fortuna e sua fama de construtor sobre os ombros de pessoas escravizadas.

Diante disso, propomos a alteração do logradouro citado para homenagear um quilombola, homem africano, negro, que veio escravizado para o Brasil e que aqui construiu sua família e uma história de resistência, apesar das injustiças praticadas contra ele e contra todo o povo preto.

Anísio José foi capturado em Angola, trazido para o Brasil e levado param fazendas de café, depois na Capital e de lá teria fugido buscando refúgio no Quilombo do Jabaquara em Santos. Após a abolição, Anísio foi trabalhar como ensacador e carregador de café no Porto de Santos, onde trabalhou até os seus 108 anos de idade, falecendo em 1940 aos 110 anos.

A História de resistência na nossa cidade é um dos maiores exemplos de luta do nosso país, e nada mais justo que aqueles que lutaram pela liberdade e resistiram a todas essas violências sejam homenageados, para que nunca se esqueça e nunca mais aconteça.

Não basta não ser racista, é preciso ser ANTIRRACISTA!

Baixe o arquivo!