Nota sobre a repercussão dos Projetos que reconhecem o valor cultural do Funk em Santos

Nota sobre a repercussão dos Projetos que reconhecem o valor cultural do Funk em Santos

Apresentei nessa semana dois Projetos de Lei que reconhecem o valor cultural e social do funk.

Declarando o Funk como Patrimônio Imaterial de Santos e incluindo o Dia do Funk no calendário municipal.

Depois disso recebi apoio, mas também muitas ofensas e xingamentos. Disseram que eu precisava conhecer melhor os problemas da cidade.

Eu conheço os problemas da cidade de perto. Ando de ônibus, sou moradora da ZN e já peguei muita fila em hospital.

Estive em todos os atos em defesa dos serviços públicos, destinei emendas para os aparelhos de saúde das áreas periféricas, fiscalizo as escolas e equipamentos do município. Nunca votei contra os servidores.

Apresentei o projeto da renda básica para famílias em situação de vulnerabilidade, os pontos de apoio para trabalhadores e trabalhadoras de aplicativo, a distribuição de absorvente para combater a pobreza menstrual, o dossiê de combate à violência contra as mulheres entre muitos outros!

Estive nos atos e lutas populares antes e depois de eleita. Lutei contra os despejos no Jardim São Manoel, no Anchieta, na Bela Vista e estarei sempre ao lado daqueles que lutam por moradia digna!

Me parece que no fundo nada disso importa para quem está xingando e ofendendo.

Os xingamentos têm a ver com o preconceito em relação ao funk e a cultura.

Quero deixar algumas coisas bem explicadas aqui…

EU SOU CRIA DA FAVELA! Nascida, criada e moradora da periferia santista.

Eu cresci consumindo a cultura que as favelas e periferias dessa cidade acessa e produz.

Meu orgulho negro vem com Racionais Mc’s, meu orgulho de ser santista vem com Duda do Marapé, Felipe Boladão e todo o funk caiçara.

Sou cria da favela, advogada e uma vereadora eleita com a proposta de tornar a periferia o centro do debate político e construir uma Santos solidária, popular e feminista.

Alguns se incomodam de ver uma mulher preta, periférica, ser eleita com uma das maiores votações da cidade valorizando o funk.

Aos conservadores que estão tentando me ofender: suas ofensas e xingamentos não vão me intimidar!

Luta que segue!
Um salve pra massa funkeira!