Débora Camilo (PSOL) recebeu insulto de assessor de vereador da Câmara Municipal de Santos

Débora Camilo (PSOL) recebeu insulto de assessor de vereador da Câmara Municipal de Santos

Ontem, 31 de março, fui vítima de um insulto machista, vindo de um assessor parlamentar da Câmara de Santos, que se referiu a mim como “a vaca do PSOL”. A ofensa foi escrita em grupo de WhatsApp que reúne assessores de todos mandatos da casa.

MULHERES NO PARLAMENTO E A VIOLÊNCIA POLÍTICA

A violência política, em especial com as mulheres, tem sido cada vez mais recorrente nos espaços legislativos. As parlamentares do PSOL são combativas militantes e se tornam alvos frequentes dessas violências e tentativas de intimidação, como diversos casos recentes comprovam. Nos últimos meses, tivemos a perseguição contra a vereadora de São Paulo Erika Hilton, os tiros na casa de Carolina Lara, integrante da Bancada Feminista do PSOL, ambas mulheres trans. Acompanhamos a difamação contra Talíria Petrone, criminalizando a licença-maternidade. Vivemos também o ataque desrespeitoso contra a vereadora Camila Valadão, na Câmara Municipal de Vitória-ES, em pleno 8 de Março. Na Assembleia Legislativa de São Paulo, seguimos na luta sem trégua para que o deputado Fernando Cury seja devidamente punido pela violência que cometeu com a deputada Isa Penna. Há poucos dias, a vereadora Benny Briolly, de Niterói-RJ, também foi atacada por um vereador bolsonarista. Além disso, estamos há 3 anos numa luta incansável por justiça para Marielle Franco e ecoando o questionamento: quem mandou matar Marielle Franco? Brutalmente assassinada, um crime político, um feminicídio político. Todos os casos citados são diferentes formas de violências contra parlamentares do PSOL 50. Poderíamos continuar essa triste lista de violências que tentam afastar as mulheres da política.

QUE O PARLAMENTO SE PINTE DE POVO!

Fui eleita para, entre muitas coisas, combater o machismo e a violência de gênero. Não aceitaremos intimidações de qualquer tipo, não seremos diminuidas e não frearemos nossas lutas. Somos herdeiras de uma tradição política de resistência, transparência e disposição para lutar por nossos direitos historicamente negados. Não serão insultos nem qualquer tipo de violência que vão intimidar as ações das parlamentares do PSOL que constroem mandatos socialistas, feministas e populares.

NÃO SEREMOS INTERROMPIDAS!

Existe uma estrutura, que envolve os espaços parlamentares do país, que reproduz o machismo e misoginia impregnados na sociedade. E, infelizmente, ainda há na Câmara Municipal de Santos quem replique essa estrutura. Este caso, onde um assessor parlamentar se referiu a mim como “a vaca do PSOL” não pode ser tolerado nem repetido contra qualquer mulher dentro e fora da Câmara de vereadores de Santos. Denuncio este fato também para que outras mulheres sejam incentivadas a realizarem suas denúncias.

O debate sobre a violência de gênero é estrutural, permeia todos os espaços da sociedade e precisamos nos manter firmes na batalha contra essa forma violenta de fazer política. Tomaremos as medidas cabíveis para responsabilizar os autores de qualquer tipo de violência. Posturas como essas não vão nos intimidar.